A produção de leite no Brasil teve um salto significativo nos últimos 20 anos, elevando em quase 115% nesse período. Esse crescimento do setor foi, em grande parte, influenciado pelo avanço genético dos rebanhos, especialmente da raça Girolando, que é responsável por 80% de toda a produção nacional. Segundo dados dos IBGE, em 1995, a produção de leite era de 16,47 bilhões de litros de leite. Nos anos seguintes, o volume produzido teve saltos relevantes, chegando aos atuais 35,6 bilhões.
Os investimentos por parte dos produtores rurais em ferramentas de seleção para detectar os animais de maior produção contribuíram para esse salto na produção, aliado à melhoria da qualidade das pastagens e da nutrição. Dados da Embrapa Gado de Leite apontam que a produção de leite das vacas Girolando dobrou nos últimos 13 anos. “Na maioria das regiões do Brasil e para a maioria dos fazendeiros/produtores, precisamos de animais que aguentem o sol, pisar em pedras e subir morro; e produzam leite nessas condições. Essa raça é a Girolando. Tenho a prova disso na Fazenda RBC onde, com 186 vacas em lactação têm média de produção de 20,7 litros em 150 dias de lactação. Na pesagem do dia 22 de janeiro, a média chegou a 22 litros/vaca. A evolução das médias de lactação é um indicador incontestável do sucesso da evolução da raça”, diz o criador de Girolando Roberto Antônio Pinto de Melo Carvalho, que seleciona a raça na Fazenda RBC, em Cássia (MG).
Outro fator importante para a melhoria genética foi o crescimento dos rebanhos registrados, já que o registro genealógico do animal é considerado o primeiro passo do melhoramento genético do rebanho. O banco de dados da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, entidade responsável pelo registro da raça, conta com 1.527.544, somados os registros efetuados entre 1989 e 2015. No ano passado, a entidade bateu o recorde histórico de registros referentes aos rebanhos da categoria Livro Fechado (genealogia conhecida). A quantidade de registros definitivos (RGD) teve elevação de 26,13% e a de registros de nascimento (RGN) de 19,14% em comparação a 2014, sendo 20.346 RGDs e 40.317 RGNs. No total, os registros efetuados pela entidade (que incluem também os animais de genealogia desconhecida- GD e os Rebanhos de Fundação-RF) chegaram a 101.177.
Embora esteja comemorando 20 anos de oficialização como raça leiteira, relatos históricos apontam a década de 40 como período de surgimento dos primeiros animais, fruto do cruzamento entre as raças Gir Leiteiro e Holandesa. Para José Renes, que trabalha na entidade desde o início da formação da raça, ferramentas como o Controle Leiteiro e o Teste de Progênie permitiram a formação de um banco de dados zootécnicos confiável que vem sendo utilizado para gerar avaliações genéticas de diversas características produtivas e reprodutivas da raça. “A expectativa é de que, com o avanço da seleção genômica, essa evolução da raça seja ainda mais acelerada”, garante José Renes.
http://www.girolando.com.br/index.php?paginasSite/noticia,37,2441
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