Senado proíbe diferenciação de preços pagos a produtores de leite
A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado (CRA)
aprovou nesta quinta-feira (15), terminativamente Decisão terminativa é
aquela tomada por uma comissão, com valor de uma decisão do Senado.
Quando tramita terminativamente, o projeto não vai a Plenário:
dependendo do tipo de matéria e do resultado da votação, ele é enviado
diretamente à Câmara dos Deputados, encaminhado à sanção, promulgado ou
arquivado. Ele somente será votado pelo Plenário do Senado se recurso
com esse objetivo, assinado por pelo menos nove senadores, for
apresentado à Mesa. Após a votação do parecer da comissão, o prazo para a
interposição de recurso para a apreciação da matéria no Plenário do
Senado é de cinco dias úteis. , projeto que proíbe a diferenciação de
preços pagos pelas empresas de laticínios a produtores de leite. A
proposta também obriga essas indústrias a informar ao produtores o preço
pago pelo litro e leite até o dia 25 do mês anterior à entrega. O
projeto agora vai à sanção.
Pelo projeto (PLC 80/11), de autoria do deputado Reginaldo Lopes
(PT-MG), a empresa que pagar preços diferenciados aos seus fornecedores
estarão sujeitas a pagar indenização à parte prejudicada.
Além disso, caso seja descumprida a determinação de informar o preço
que será pago pelo litro do leite até o dia 25 do mês anterior, a
proposta determina que a empresa de laticínios pagará ao produtor o
maior preço praticado no mercado.
Na justificativa do projeto, o deputado Reginaldo Lopes critica as
prática das empresas de laticínios em sua relação com os produtores de
leite, como o pagamento de preços mais baixos aos fornecedores que
produzem menos e a falta de transparência com relação aos preços
praticados. Segundo ele, nessa atividade, “o vendedor só fica sabendo o
preço depois de quarenta e cinco dias, em média, do produto vendido”.
O relator, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), recomendou a aprovação e
salientou que o projeto dará ao setor brasileiro maior estabilidade nas
relações comerciais entre produtores de leite e empresas que processam o
produto.
“De fato, há uma relação desigual e de maior exposição dos médios e
pequenos empreendimentos ao risco quando o laticínio adquire o leite do
produtor, mas não lhe informa antecipadamente o preço que pagará pelo
produto” – disse o senador.
Ele destacou ainda que o planejamento da atividade leiteira, como
qualquer outra, demanda informações antecipadas sobre os custos de
produção e os preços do produto.
“Obrigar os laticínios a divulgar os preços que serão pagos até o dia
25 de cada mês permite ao produtor, ao menos, optar por outro laticínio
(quando possível), barganhar melhores preços ou mesmo planejar o
aumento ou a redução do uso de insumos na produção, a fim de obter a
melhor relação custo-benefício de sua atividade”.
Após a aprovação, o senador Acir Gurgacz (PDT-RO) ressaltou que saber
o valor do produto antecipadamente é uma antiga reivindicação dos
produtores de leite.
- É justo que os produtores de leite possam saber quanto vão receber antes de entregar seu produto – afirmou.
Rodrigo Baptista / Agência Senado
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